Das lembranças que eu tenho de minhas passagens
Sempre procuro tirar proveito
Como no depositar de um tijolo sobre outro tijolo
Vindo uma massa no seu separar, mas que o faz grudar
Criando assim uma nova construção...
Das lembranças que me vêem a tona
Era preciso construir para se progredir
Mas que progressão seria essa de que tanto se falava?
Quanto mais se esforça para desenvolver um melhor trabalho
Menos se ganhava para o sustentar
Quando um dia será que o brasileiro em seu governo
Poderá confiar?
Abraço meus livros
Nessa tão duvidosa história
Onde mais procuro me aprofundar.
Que progresso é esse que tanto nos mostra a história
Se nós brasileiros fome continuamos a passar.
Isso é progresso ou ingresso para que a morte
Mais rápida venha nos chegar?...
Nos livros faço-me perder em suas páginas
Quantas vitórias quantas lorotas
A farda nos pisa e mata nosso aprender nosso ensinar
O brasileiro trabalha produz em busca de uma luz
Mas as fardas e coturnos brilhantes com seus tanques
Continua a nos pisar, massacrar e humilhar...
Quando será, que um Brasil brasileiro poderemos acreditar,
De podermos viver felizes alegres cantando
Nos parques da vida com nossas famílias a sorrir e a brindar?
Perco-me em minhas simples e puras lembranças
De um menino alegre que com orgulho
De nosso Brasil seu hino aprendeu a cantar
Mas hoje, aqui parado vejo esses soldados a marchar,
Mas o que fazem para que o Brasil venha melhorar?
Quantos já se foram
Quantos suas famílias já deixaram órfãs
E essa farda, essa farda ainda consegue
Com seus brutamontes selvagens homens
Um desfile organizar
E o povo, tão sofrido povo, para esses
Abacates de fardas palmas se deitam a aclamar...
São músicas proibidas
São peças teatrais censuradas
São músicos poetas escritores exilados
E o povo na ignorância dos acontecimentos
Continuam palmas a baterem
Para que continuem com essa miserável fome
Que por fim fazem por merecerem...
Nas páginas de minha vida
Ainda jovem sonhador
Acredito que um dia
No Brasil se plante o verdadeiro amor
Onde meu povo alegremente dar-se-ão as mãos
E realmente alimentados empregados
Ganhando um justo salário
Cantaremos a paz
Cantaremos o amor
Cantaremos a certeza
De sermos um verdadeiro povo
Sem temer as fardas que plantam ódio pavor e horror...
Despertai-vos oh! brasileiros
Estão dominando e tirando o que é nosso
E ofertando para os estrangeiros...
Despertai-vos oh! brasileiros
Pois na data de hoje se resume nos gastos que fizeram
Onde em nossas panelas continuará a morada da fome e do desprezo
Onde nossas almas em relevos continuarão a chorar seus mortos
Enterrar seus corpos e suas vidas se perderem num só duvidar...
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