segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

AS LOUCURAS DE UM LOUCO

Louco assim uns me julgam
Sou louco sim,
Mas para a vida,
Para um viver saudável.
Louco pelas belas coisas
Que a vida pode me proporcionar.
Não sou um louco pra rasgar dinheiro,
Sou um louco cabeça bem feita
Assim como muitos que existem
É são ignorados...

Se todas loucuras que cometo
Fossem loucuras letais
Ora; eu não mais estaria aqui
Vivendo e fazendo minhas loucuras.
Se contesto as fardas que nos escravizam
É um tipo de loucura bem loucura.
As fardas sim;
São letais
Minhas loucuras não...

Se loucura for
Em desejar uma mulher de mais idade,
Essa é umas das loucuras mais saudáveis.
O perigo em que pode se tornar letal,
Está nos maridos dessas mulheres
Que mal amadas são.
Fora isso,
Eu só dou prazer,
Meu louco prazer
Em fazer uma mulher mal amada feliz
E realizada sexualmente...

Por que me julgam louco?
Se as coisas que faço em sã louca consciência
Que é viver vem ser loucura,
Então sou um louco de carteirinha.
Minhas loucuras estão registradas
Nas minhas boas ações.
Não dou esmola,
Dou um prato de comida ou um pedaço de pão.
Isso é loucura?
Se for é uma loucura sadia...

Se ao sentar-me com uma pessoa idosa
E a ela ter e dar toda atenção é loucura,
Essa é uma das mais sábias loucuras.
Os idosos são monumentos de sabedorias.
Mesmo os poucos letrados
São monumentos de sabedorias isto;
Se conta em suas experiências pela vida bem vivida...

Se contestar esse regime que nos escraviza
Que nos exila
Que nos assassinam em seus porões de torturas
Que banem nossos intelectuais
Que fecha teatros
Que amordaça a imprensa
Que me impede de ir e de vir
Que me pede documentos na porta de minha moradia
Que não me deixa namorar de madrugada na praia
Que invadem nossas residências
Que nos espancam
Que espancam nossos parentes nossos amigos
É loucura;
Foda-se! Ai mesmo que mais louco me faço ser.
Jogo pedra neles mesmo,
Não estarei jogando pedras em santos
E sim em demônios fardados...

Louco assim uns me julgam
Sou louco sim,
Mas para a vida,
Para um viver saudável.
Louco pelas belas coisas
Que a vida pode me proporcionar.
Louco por belas pinturas em telas
Louco por belos livros
Louco por um palco teatral
Louco e amante por belos poetas e poetisas
Louco por uma boa música
Louco por uma bela mulher madura
Louco por um balcão de botequim.
Sou um poeta de balcão de botequim...

Não sou um louco pra rasgar dinheiro,
Sou um louco que enlouqueço a loucura,
Que revoluciono a loucura,
Que anarquizo a loucura,
Mas minha louca sã loucura,
Não me leva a bater palmas
Para esses anormais letais que enfiados em fardas
Portando fuzis
Calçando coturno
Hoje marcham arrancando aplausos
Destes que se acham perfeitos.
Pobres mortais!
Que em suas perfeições
Passam fome e batem palmas.
Eu não!
Na minha imperfeição como assim me rotulam
Sou louco sim,
Mas não bato palmas para os loucos letais
E fome não passo.
Vivas!
Para a louca revolucionária loucura de um louco que sou eu!...

1 comentário:

Anónimo disse...

Adorei mto!!!!Uma poesia mto massa...