Luto por conquistar mais profundamente
a minha liberdade de sensações e pensamentos,
sem nenhum sentido utilitário:
sou sozinha, eu e minha liberdade.
É tamanha a liberdade que pode escandalizar um primitivo
mas sei que não te escandalizas com a plenitude que consigo
e que é sem fronteiras perceptíveis.
[]
Esta minha capacidade de viver o que é redondo e amplo
— cerco-me por —
plantas carnívoras e animais legendários,
tudo banhado pela tosca e esquerda luz de um sexo mítico.
Vou adiante de modo intuitivo e sem procurar uma idéia:
sou orgânica.
E não me indago sobre os meus motivos.
Mergulho na quase dor de uma intensa alegria
— e para me enfeitar —
nascem entre os meus cabelos folhas e ramagens.
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