terça-feira, 30 de outubro de 2007

Eu existo

Vão dizer que eu não existo
Porque inventei pra mim um outro visto
Um pra tomar chá de sumiço
E outro pra entrar no país da palavra

Esse meu outro eu
É alguém que por ser cru
Não pode ser visto a olho nu

Por isto
Vão pensar que eu não existo
Embora tenha nome
De discípulo de Cristo

O poeta tem fome
Come o mundo com os olhos
A boca são dez dedos
E a voz todos os medos

Por assim ser
Vão dizer que eu não existo
Porque pensam que o homem
Coração de menino não pode ter

Mas não vou deixar
Que no fim eles tenham razão
Porque sou um poeta que faz poesia
Com batidas de coração

Então insisto, eu existo!

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