terça-feira, 30 de outubro de 2007

O CHORO DE NOSSAS MATAS

Por muitos e muitos tempos
Eles foram seus reis foram suas rainhas
Andavam assim como nasceram
Cobertos apenas pelos cabelos
Mulheres eram homens, homens eram mulheres
Existia sim uma atração física,
Mas para essa atração tinha seus momentos
Eram momentos de prazeres sim,
Mas momentos sagrados...

Dos rios faziam o berço de seus alimentos
Das matas seus palacetes suas glorias
Das flores seus perfumes seus sonhos
Das caças os sagrados alimentos.
Nada se matava em vão
Das caças aos alimentos
Das carcaças das caças suas vestimentas...

Os pássaros em suas sinfonias
Davam-lhes os direitos de paz vivida
Eram donos de suas terras
Terras de paz de vidas em harmonias
Terras deixadas por seus ancestrais
Suas historias suas crenças
Suas inesgotáveis culturas
Belezas puras em seus ornamentos
Por muitos e muitos tempos
Eles foram seus reis foram suas rainhas...

Hoje tamanhas são suas reduções
Vivem do medo, medos de quase uma escravidão.
Suas alegrias em maioria são tristezas
Doenças pelos brancos assim chegaram
Junto como seus costumes amedrontadores
Aterrorizando o inocente saber desse povo
Que por muito e muitos tempos
Foram seus reis foram suas rainhas
E hoje para poderem circular em suas terras
Ao trabalho escravo tem que se submeterem
E até mesmo licença, pedir para comerem...

Nas matas as derrubadas
De suas trilhas foram criadas estradas
Disseram que era a chegada do progresso
Para eles que por muitos e muitos tempos
Foram seus reis foram suas rainhas
O que significaria essa palavra estranha
Que via suas matas aos prantos
Pedirem para não serem queimadas
Em seus cantos imploravam
Para que suas árvores não fossem derrubadas
Dessa palavra estranha o progresso
Viram seus rios serem poluídos
Os peixes que os alimentavam por total serem dizimados
Até quando!!! Até quando!!! Impassíveis veremos,
Nós os brancos as destruições em massas
Das matas e dos povos que muito devemos.
Eles foram seus reis foram suas rainhas
E nós não passamos de predadores
Tomados por nossas ganâncias e mesquinharias
Ignorando por vez o choro de nossas matas
Ao extermínio de uma raça.

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