segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Prece de resignação

Pai, sei que me concedestes para esta vida o que tinhas de melhor, visando o meu bem e o meu adiantamento espiritual... No entanto, como me é difícil, às vezes, compreender isso; como me custa carregar a cruz que puseste em meus ombros, confiando em minhas forças e em minha fé!... Diante da provação, demoro a perceber os benefícios da dor ao meu espírito imortal e então vacilo e me enfraqueço, perante meus maiores inimigos que são a mágoa e a falta de resignação... Sei que preciso aprender que o corpo material que hoje me tortura e me impõe impedimentos de toda ordem é porta de redenção aos débitos contraídos no passado, quando de posse de saúde perfeita e privilegiada compleição física; que o lar onde colho sofrimentos e lágrimas é o campo sagrado que devo cultivar hoje, para que me seja o formoso jardim do amanhã; que na rua onde me sobressalto e me escandalizo estão minhas fugas e meus delitos de ontem, a me pedir por isto mesmo maior misericórdia e compreensão; que o vizinho inoportuno, o amigo inconveniente; o trabalho repetitivo; o chefe rude e o colega insensato são os mestres que colocaste em meu caminho para que eu aprenda distinguir com mais clareza a necessidade da clemência, o imperativo da tolerância e a virtude inequívoca da paciência...


Por isso rogo, Senhor, concede-me o desprendimento necessário para assimilar mais esta lição, e boa vontade o bastante para aplicá-la, doravante, em meu dia-a-dia. Ampara-me, Pai Amado, e guarda-me de complicar meu caminho abrigando no coração a mágoa, o desalento, o desespero, o medo e o rancor, para que minha alma prossiga sempre em frente, em radiante espontaneidade, rumo à glória infinita de Teu Amor!

Assim seja!

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