Vê se sossegas, coração, com teus pesares,
cujo pulsar tão fortemente me golpeia.
E nunca deixees que adormeçam, singulares,
os atros gritos que dilatam as tuas veias.
Não espalhes a tua dor tão claramente,
entorpecido no clamor dos próprios ais,
Pois essa queixa, que ora curtes surdamente,
reflete apenas tua vontade, nada mais!
Não separes tua dor da dor humana,
sufoca a tua, no silêncio de que emana
aquela calma e bela paz que só edifica.
Somente assim serás gigante, coração,
pois o carnal e o solitário é sempre vão,
e a dor comum, somente a dor, nos santifica!
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