sexta-feira, 28 de setembro de 2007

RETRATOS

Olhando cópias dos negativos
Arquivados, lacrados
Esquecidos, amarelados
Em gavetas sem manuseio
Guardados pela sabedoria divina
Como um bálsamo
A um coração ainda sangrando
Pela ausência atual
Lágrimas brotaram aos olhos
Quase de imediato
As fotos remexeram... Escavaram
Feridas escondidas
Adormecidas... Falsamente amortecidas
Pela consciência
Era preciso sobreviver aos fatos
E simplesmente viver
Chegou à hora de sentir a dor
Sufocada no peito
Ir até o fundo ao âmago do ser
Para poder viver
Viver a vida que se apresenta
Com toda vitalidade
Deixar que os que se foram
Sigam seu caminho
Saudade é sentimento nobre
Por que não senti-Ia...
Ter vergonha de chorar
A dor da partida é humana
Divino é saber...
Suplantar a tristeza com dignidade
Sem sentir pena de si mesma
E saber chorar a dor...

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