quinta-feira, 20 de setembro de 2007

MINHA LUTA !

Ah, meus amigos!
Festejo mais um ano, iguais a tantos outros,
no fio da navalha!
Qual um velho soldado ainda em campo
de batalha.

Perdi alguns amigos nesta luta,
Cuja vida enluta de repente!
O coração que chora a ausência,
Doendo na alma da gente!

Cá estou ainda em batalha,
Nesta vida que me chama a lutar!
Com novas rugas pelo rosto,
Vacilo no meu caminhar...

Deixei amores pelos caminhos,
Com as almas cravadas de balas...
Igualmente as recebi, sobrevivemos,
Neste grande campo de batalha ...

Bebi na poça de lágrimas,
Daquelas que derramaram por mim suas
desilusões...
Beberam elas das minhas, todinhas,
Das aventuras vividas em falsas emoções!

Em alguns abrigos tentei repousar.
Plantar ali os sonhos de uma eternidade...
Até que a neve cristalizou o futuro,
Derretendo o gelo à realidade!

Sigo com minhas batalhas diárias,
Afinal, somos da vida os recrutas!
Encontro mãos que ainda me levantam,
Dos amigos na mesma luta...

Lá se vai mais um filho embora...
Quiçá retorne feliz e realizado!
Um neto que chega, aleluia,
Aos braços deste soldado!

A filha que casou...
Lá se vai em lua de mel !
Quiçá não seja esta união tão frágil,
Igual a minha, barquinho de papel...

Ah, meus amigos !
Festejo mais um ano com felicidade.
Ainda luto no campo dos vencedores,
Caminho forte à terceira idade !

Vivo com muito pouco...
O bastante é a pura verdade !
Tenho munição o suficiente,
De pura simplicidade!

Duas estrelas condecoradas,
No peito deste soldado:
A bravura de um pai nesta luta e a outra,
Os amigos , só ter amado !

Descobri ao final,
Nas andanças por este mundo inteiro,
Que os derrotados, tão pobres, tão pobres, tão pobres...
Que a única coisa que possuíam, o dinheiro!

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