Ah! Coração insensato.
La vamos nos novamente deslizando nas ondas azuis daqueles
olhos suaves ou mergulhando no indecifrável mistério de
olhos negros profundos. E então você se agita febrilmente,
encantado e dominado, quase nos sufocando.
Ah! Insensato coração.
Quantas vezes precisei vasculhar, milímetro a milímetro,
a imensidão do meu corpo para encontrar e colar
cada pedacinho a que ficou reduzido após nova decepção.
Quanto tempo, tristeza e dedicação.
Ah! Coração insensato.
Você nunca aprendeu. Sua incontrolável necessidade de
dar e receber carinho faz com que não resista aos apelos do amor.
Um sorriso branco e brando, um olhar malicioso
e lá vai você galopando no meu peito e explodindo no auge do meu prazer.
Ah! Insensato coração.
Que amarga e a despedida. Que tristeza vem da saudade.
E você, promete se endurecer, desistir, passar a vida batendo
mansamente e em paz na solidão da sua caverna.
Ah! Coração insensato.
Esperança vã. Faz parte da tua natureza se iludir, se entregar.
Me usar mesmo contra minha vontade, desprezando c
om coragem o medo que ambos sentimos.
Ah! Insensato coração.
Depois você se encosta no meu ombro, com seus frágeis
batimentos se confundindo com minhas quentes lagrimas,
sem atinar jamais o que houve dessa vez.
Vai! Coração insensato.
Não morra de desejo e não me mate de tédio.
Mergulhe de cabeça nessa nova ilusão, pois mais
vale sofrer mil vezes esta dor, do que não sentir o calor e o sabor do amor.
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