sábado, 27 de setembro de 2008

Tramas de um sonho

Engolfam-me as figuras desse sonho
onde, na sua negritude, eu me ponho
em seus estranhos, ovais receptáculos
envolta em longos, floridos tentáculos

Minhas rezas eu as digo qual um feto
envolta em ramas verdes de um abeto
na ânsia da casca dura que se rompa
me liberte branca, em luzes de pompa

E pairo...

Livre, sobre o negro, eu reino soberana,
olhando, de cima, cacos da casca tirana
que me aprisionava em sua embalagem
curvando o corpo, desfigurada imagem!

Venci o que me sufocava, as ramas
urdidas sobre meu leito, em dramas
que o inconsciente me lançava duro,
sem pejo, nas tramóias do lado escuro!

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