domingo, 28 de setembro de 2008

Proíbo-me

Amanhã o beijo pode ser proibido,

a lua,

o sorriso depois de fazer amor.





Amanhã posso não ter febre de paixão,

não dominar meu amor,

perder a vontade de ser livre.





Amanhã posso ainda ser noite

ou apenas mais um amante,

apaixonado e castigado pela solidão.





Amanhã serei falso,

não vou mais falar de amor,

sonhar, não, nunca mais.





Proíbo-me de proibir qualquer pecado,

a névoa que envolve a amanhã,

mesmo depois de fazer amor.





Não quero mais ser a aventura de alguém,

o amor, a paixão, o amante,

nem mesmo o caminho, o atalho para nada.





Não mais falo de amanhã,

não quero beijo depois das palavras ásperas,

nem ao menos os olhares curiosos do não.





Nego e retomo a dignidade, o destino,

proíbo-me de sorrir,

até quando me for proibido de amar.

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