domingo, 28 de setembro de 2008

A morte do amor

Não peço que me ouçam nesta hora,

nem ao menos me entendam,

caminho devagar,

volto um passo a cada passo,

um grito a cada silêncio,

uma noite para cada lembrança.







Choro meus olhos de tristezas,

não sou impar no que sonho,

tenho planos prontos,

os sentimentos estão quietos,

como se meu peito fosse prateleira,

e queima, a alma ferve ante a solidão.





Deveria tentar mudar minha direção,

não sei o que faço com as emoções,

sinto-me velho,

escondo-me entre paredes vazias,

rabisco meus livros tentando apagar a dor.





Leio meu destino na palma de uma mão,

na outra, seguro meu hoje,

solto minha respiração lentamente,

o ar é como bandido que rouba do peito

a paixão continua que queima lentamente,

como se não importasse com minha vida.





Sobrevivo mais algumas lembranças,

estou entorpecido, impregnado pelas dores,

não me neguem a morte, por favor,

serei feliz em um outro mundo? Não sei.

Meu arco-íris descoloriu, como o amor que sentia,

ficarei em silêncio mais alguns tremores até a morte.

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