quinta-feira, 20 de setembro de 2007

NO DESFILADEIRO

Rente à beira do senil desfiladeiro
Contornando as cicatrizes da montanha
Silencioso em suas curvas sem letreiro
Peregrina misteriosa caravana.



Aonde vai? Qual o destino? Ninguém sabe.
Ninguém vê. Ninguém fala, nem assunta.
Deambulam pensamentos como a ave
Como a fome engole o vento e tudo ajunta.



Livres ecos nas sandálias já sem dó
Pisam pedras agitando o desespero
Grita em seco, replicado:Vivo sóóóóóó!



Obediente a caravana segue a vida.
Faz d'um passo uma chegada sem destino
E chorando faz do outro a despedida.

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