sexta-feira, 12 de março de 2010

Vivo o Silêncio de Você -

Olhar cravado no infinito
vazio da parede nua
vivo o silêncio de você.
Nesse parto de solidão,
não há dor ou lágrima.
Tomo sua mão envelhecida,
afago seu cabelo grisalho,
beijo sua boca ardente,
abraço seu abraço terno.

Não há queixa na voz
que chama seu nome no escuro.
Há apenas esse ardor amante
de ser agora e sempre,
de ser a primeira novamente:
de ser a marca de seu traço,
o passo do seu caminho;
de ser o desejo forte
que afoga meu peito

Olhar cravado no imponderável
silêncio da parede nua,
meu peito seu apoio,
meu braço seu amparo,
seu abandono
minha esperança

Não exatamente perdida
mas desgarrada
de razões,
motivos,
alentos...
vivo o silêncio de você!

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