quinta-feira, 11 de março de 2010

Mulher

Hoje não sei seu nome, te chamo mulher,
sem qualquer medo, apenas mulher,
sorri misteriosa como o seu desejo,
os pensamentos voam alto como o céu que sonha,
amante... outra vez, muitas vezes mulher.


Onde anda suas vontades de mais viver,
os ciúmes de uma outra que não existe,
mais pura, mais linda, não como você,
visita seu íntimo e grita por socorro:
-Voltem o tempo, quero ser outra...


Tem o belo impregnado na pele,
dentro e fora do sexo,
o perfume que agride, conquista,
os pêlos entrecortados, um tesão incontido,
desafia a noite exalando seu cheiro provocante.


Seus passos seguem uma rota desenhada,
como rainha, como donzela, como mulher,
como qualquer uma, luta e apaixona,
entrega-se, faz o amante desfilar em suas ruas,
lambuzando-o, o sexo de sexo, o amor que faz amor.


Reconheço sua coroa invisível de cristal amarelo,
o vermelho da paixão estampado na roupa,
o perfume cremoso do desejo espalhado na pele,
os pés firmes na sua própria verdade de mulher,
como se nada mais existisse, apenas uma de sua espécie.


E quando sonha, é de amor que sonha,
um corpo amante de outro mais ou menos puro,
não precisa ter um céu, amor sim,
nos olhos tem que ter o brilho das luas, das estrelas,
assim se sente mulher, simplesmente mulher.

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