quarta-feira, 10 de março de 2010

HOSPITAL

Paredes brancas e nuas

Tão pálidas!

Horas que não passam

Dores que nunca se findam

No corpo largado e definhando.

O olhar perdeu o brilho

A pele descorada

O sonho que se despede aos poucos

Sem vontade sonhar!

A vida se esconde pelos cantos

Tentando fugir!

Gritos doloridos e cortantes

Estórias cravadas em tristezas

Mordendo de leve cada momento.

Um silêncio que se espalha por dentro

Pensamentos que divagam

Em infinitos delírios que se confundem

Uma despedida que ensaia sem parar

Juntamente com o adeus que ronda de tempo em tempo.

Do tanto... restou tão pouco

Só lembranças cravadas na carcaça inerte

Tão desprovida de vontades agora.

Implora por mais uma centelha

Mas a chama parece não se importar

E apaga lentamente.

Olhos que cerram diante do nunca mais

Lábios selados para o eterno

Depois da ultima lágrima escorrida

Dizendo que já se faz hora

Mesmo que não se queira.

É assim a rotina das paredes tão frias

Das agulhas cravadas na pele calejada.

Uma dor que nunca se acaba

Enquanto os passos titubeiam

No tremor do corpo enfermo.

Poucos escaparão das garras da noite

Só alguns não dirão adeus

Raros se livrarão dos braços da saudade

Sem ter que ir embora de vez.

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