Sempre aos domingos, as recordações,
de quando a vida era mais calma e bela,
da juventude com amigas tagarelas.
As canções tinham muito mais sentido,
eram muito, muito mais bonitas,
e as cantávamos felizes, reunidas.
Os lamentos, se existiam, eram poucos,
ingenuamente cultivávamos temor
sobre tabus e tantas coisas bobas.
Suspiros prolongados de inocência,
dividíamos sonhos, confidências,
e com certeza, seríamos felizes!
Os namoricos, sempre assustados,
beijos ligeiros, todos escondidos:
medo do irmão e do papai zangados.
Elvis Presley e Roberto enlouqueciam,
dançávamos rock, canções de nostalgia,
em cada festa, um vestido ou fantasia.
Ao nosso lado sempre vigilantes,
pais, irmãos e tios, que chatice...
ninguém podia cometer deslize!
A vida, aos poucos, foi nos separando,
e a areia do tempo apagando,
nossos passos muito tempo divididos.
Cada uma tomou rumo distinto,
e na ânsia de seguir o seu destino,
muitas tiveram os sonhos destruídos.
Algumas, parece, se realizaram,
muitas, buscam ainda encontrar-se
e outras, dependentes, se acomodaram.
Ah! como hoje sinto suas faltas!
Ah! esta lágrima furtiva
em minha face!
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