Ontem tinha apenas uns anos a menos,
a vida era doce e um tanto sem graça,
como a chuva nas vidraças batendo em vão.
Minha vida era de não brincar e não amor,
joguei com pedaços de corpos sem paixão,
quando de fato amei, brincaram de abandonar.
Acendi todas as velas em meu altar pagão,
sonhei todos os impossíveis que quis,
planejei um amor melhor e recebi alguns não(s).
Hoje não quero construir em montes de areia,
as noites não têm luz de lua, somente brasa,
como eu, que logo, breve serei cinza, depois, pó.
Ontem, era jovem um tanto jovem e mais nada,
os prazeres eram pagos a dinheiro e promessas,
as dores guardadas em um cofre vazio de esperanças.
Ontem corri da minha juventude sem limites,
parei em cada esquina que me perdi aos amores,
falei o discurso de antes, não tinha ninguém pra ouvir.
Quero somente a idade que tenho no dia de hoje,
nada mágico, nada muito louco, apenas um sentimento,
um vazio cheio de esperança e meu amor com o dela.
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