quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sou horizonte, sou pó

Meu horizonte não é
um pedaço do meu corpo,
o futuro já não faz parte
dos meus planos,
talvez nem eu me entenda mais.


Preocupa-me o mundo, o meu,
o sorriso que não vejo, nem as bocas,
ocupo-me de algo feliz,
como quem oferece um copo de água,
mas não o transformo em vinho de vida.


Sou o universo cego de amanhãs,
montanha que não atinge nuvens,
oceano que não faz onda,
e não me quebro, e não me dobro,
sou o mesmo homem de antes.


Sou do mundo que jamais deixa de amar,
luz que não cega às verdades,
a lágrima faz caminho em meu rosto,
olhos que escorrem lentamente minha vida,
sou astro que veio do pó e do pó tornarei.

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