terça-feira, 29 de dezembro de 2009

QUANDO A DOR SENTIR SAUDADES

Nas entrelinhas tu me dizes o que queres...
Não desesperes, eu entendo o labirinto
Desses caminhos desenhados por mulheres

Que normalmente ignoram o que eu sinto.







Quero falar-te e te dizer que estou triste,
Meu ser resiste e meu sorriso, fracamente,
Vai demonstrando uma tristeza que consiste
Em omitir meu sofrimento... simplesmente.





Testas meu ser, tentas criar a criatura
Que tu desejas, mas eu sou tão imutável,
Que continuo a te doar minha ternura
Diante de um comportamento inexplicável.





É bem provável que enfraqueças, no presente,
O que o passado construiu, e é natural,
Que ignores tudo o que meu peito sente...
As amarguras fortalecem-se no mal.





As entrelinhas codificam-se e deixam
Bem muito mais que impressões sensoriais;
Meus risos tristes são desejos que se queixam
Dos teus desejos solitários...desiguais.





Deixas de ti, relíquias que coleciono
Dentro do peito, lacradas no coração
E ao recordá-las, sempre me emociono,
Principalmente quando sinto solidão.





Deixo de mim, no teu silêncio, só rancores
Inusitados, pois, por me cobrares tanto,
Tu conseguiste transformar em dissabores
O mesmo riso que brotava... com meu pranto.





E como nunca posso dar o que tu queres,
...não desesperes...no teu cofre de vontades,
Deixo um amor - que podes ter quando quiseres,
É só buscá-lo, quando a dor sentir saudades.

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