terça-feira, 30 de junho de 2009

Não te quero e te amo

Não te quero, devolva-me a vida,
o mundo louco que é só meu,
o cheio vazio de felicidade,
meu futuro perdido antes,
o sossego das minhas noites frias.


Mas, te amo como é,
teus gestos inocentes,
falsos ou não, os olhos,
quase invisíveis como serpentes,
que revira o eu amante.


Não desejo tua paz,
quero-te longe de minha vista,
estou saudoso da solidão,
do meu azul sem mar,
das paredes fechando o quarto.


Poderia tê-la conhecido antes,
teria razão pro viver, por amar,
conduziria meu mundo, sim,
deveria te amar antes e mais.


Agora esqueça os sonhos,
não são teus, só meus,
não quero ouvir teu som,
tuas promessas de mais paixão,
esqueça-me e continue minha.


É de propósito que sou louco,
meus gestos são sempre de malícia,
os toques, as investidas no sexo,
o sabor que provo do teu corpo,
é amor verdade, como minha realidade.


Preciso dormir sozinho,
quero espaço em minha vida,
apagar as velas que não iluminam,
ter movimento livre, de corpo e alma,
durmo e desperto em você.


Explica-me, não te quero e te amo,
não vivo sem nosso agora e o depois,
desola-me saber que te perderei,
um dia, uma mágoa, um não,
explica-me, ama-me, sou louco por ti.

1 comentário:

Anónimo disse...

Paixao ou contradicao poeta?
Paixao profunda quando entra em contradicao com o que sente, mente para o proprio coracao, pois e amor puro o que voce sente.
Belo poema; intenso e forte.