O prazer aflora a pele quando te olho,
o corpo desgoverna, aprumado, invade,
balanço a cabeça no vazio do vento,
o juízo fica partido ao meio
em um vai e vem sempre indecente.
Hoje deixo aqui meus poucos pecados,
donde fala dos amores que um dia fiquei,
não lembro meu nome de ontem, nem de hoje,
coisa de amante , altos a baixos que amei,
se matar ou morrer, o amor vence o pecado.
O prazer vem em ondas altas de mar calmo,
de algumas mulheres onde os icebergs flutuam,
pedras grandes pesam sobre suas almas,
mentem, como fonte inesgotável de quereres,
jorrando prazer e pecados da impura fêmea.
Sou prazer e pecado, parte a parte que realiza,
vou pra noite apagando rastros de outros corpos,
desfazendo camas, comemorando paixões,
quero a chama que incendeia minha alma,
o pecado que dá sabor é a bebida que embriaga.
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