sábado, 15 de novembro de 2008

Quando escurece,sinto o grande vazio

O dia finda, a noite chega
o mundo gira, e eu na minha
grande solidão e agonia,
sem eira nem beira
caminho lentamente...
sei que ninguém me espera,
não importa se chego cedo ou tarde.
Da poeira cósmica
do universo em expansão
nada tem sentido, nem emoção.
Pessoas caminham a meu lado,
são rostos enigmáticos,sem expressão
esboçam mentalmente inteligências
inexprimíveis.
Olho-os com compaixão
nem os tento compreender,
tamanha a certeza de que
nada vai me surpreender.
Me sinto como um animal
acuado e ferido...
Procuro cavernas escuras
para me abrigar e esconder.
do frio e do silêncio do mundo,
orando a todos os santos
por noites incapazes de escurecer,
para não sentir essa cruel dor
no meu intimo...em todo meu ser.
Ao mesmo tempo, clamo
intimamente, que o passaro da noite
abra suas asas de veludo
e me leve aconchegada a ele,
pois sei que não há como
do destino eu fugir.
Nas minhas súplicas,peço
apenas,me deixem continuar a sonhar.
Não abortem minhas esperanças,
não matem meus devaneios.
Sei que estou envelhecendo,
isso não me incomoda...faz
parte do nosso amadurecimento.
Deixem-me apenas,
continuar sempre,
com a alegria incontida
de ser uma eterna criança.

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