segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Olhares

Tu me fitas como eu te fito
Ardente, sorridente, demente
Ah! Fugaz sensação de gozo
Mil carícias neste jogo
Fazem ferver corações...

Se me fitas como eu te fito
Dengoso, sestroso, carinhoso
Caem barreiras, invadem fronteiras
Explodem mil ambições
Flutuam as tentações...

Se fosse medir seu calor
Nosso fitar todo em cor
Seriam metros e metros de amor
Intempéries na multidão
Olhos selados em arrastão...

Olhos nos olhos, sentindo
Em voracidade os desejos
Olhares que são como beijos
Terminam em muitos lampejos
Do sufocar, exigindo...

Olhares, escravos das atrações
Olhares ricos de mais botões
Das flores que em seus queixumes
Exigem porção de odores
Porque são cheias de amores...

Olhares, semblantes que dizem tudo
Na efervescência ficam mudos
Só falam o linguajar dos poetas
Acariciando as emoções
No embalo de suas canções...

Miradas de arrastão
Sôfregas de paixão
Olhares que são convites
Tontos em seu mirar
Fazem a gente se entregar...

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