Nas palavras que não foram ditas
Nos silêncios que houveram entre nós,
Nas poupadas asperezas da desdita
Que nos deixaram cada vez mais sós,
Mais se ausenta o amor, mais periclita.
Não há réstia de esperança neste amor
Que ausências de vontade mais o matam
E emurchecem de sedes em estertor
As vozes cujos nós não se desatam
P’lo embaraço desagregador.
E assim o nosso amor vai naufragando
Neste mar-chão, sem vagas, mas imundo
Em sargaços e lodos deslizando
Até que apodrecido, vá ao fundo
Sem mais que o faça obedecer ao mando
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