quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O mundo e eu

Dou voltas no vento que passa,

espero a noite e não me encontro,

a pele queima uma certa saudade,

como se o ontem foi melhor.





Sou mar, as vezes terra,

a vida passa e não sinto,

já tenho milhares de anos,

então me vejo montanha.





Meus pedidos são simples,

não quero castelos,

não quero beijo de despedida,

volto no vento vago de amor.





Hoje minha alma amanheceu negra,

nenhuma canção foi ouvida,

a chuva parou no alto das nuvens,

da boca nenhum pedido de ajuda.





Às vezes tento esboçar um sorriso,

o sol não iluminou meu caminho.

Flores? Para que servem?

Se não tenho céu, nem paz.





Hoje sou apenas tempestade,

uma rajada de mau humor,

sem brilho, sem olhos ao menos,

um homem de alma escura.





Recomeço nu, recomeço agora,

jamais soube pedir,

então ofereço pedaços de mim,

como suplica, como prêmio.





O amor não é treva, nem astro luz,

a vida é somente um caminho,

guardo meus pecados todos,

e sigo, até um abrigo de prazer.

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