Chegou mais uma vez
pela manhã,
como nos outros dias,
tão iguais,
e abriu as janelas
uma a uma.
Saiu mais uma vez
rumo à rotina,
percorrendo devagar
os mesmos passos
e avançando entre
a imensa multidão.
Voltou no dia seguinte
propondo romper
e enquanto caminhava,
distraído murmurava:
como é difícil agora,
já se vão tantos anos!
Olhou as suas mãos,
não as reconheceu:
recordou-as fortes
e transparentes
como os seus sonhos,
agora embranquecidos.
Quis recuperá-los,
mas já havia nascido
tantas luas!...
Entrou e novamente
abriu as janelas,
uma a uma...
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