quarta-feira, 5 de novembro de 2008

MAIS UMA VEZ

Chegou mais uma vez

pela manhã,

como nos outros dias,

tão iguais,

e abriu as janelas

uma a uma.



Saiu mais uma vez

rumo à rotina,

percorrendo devagar

os mesmos passos

e avançando entre

a imensa multidão.



Voltou no dia seguinte

propondo romper

e enquanto caminhava,

distraído murmurava:

como é difícil agora,

já se vão tantos anos!



Olhou as suas mãos,

não as reconheceu:

recordou-as fortes

e transparentes

como os seus sonhos,

agora embranquecidos.



Quis recuperá-los,

mas já havia nascido

tantas luas!...

Entrou e novamente

abriu as janelas,

uma a uma...

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