quarta-feira, 19 de novembro de 2008

FILHOS DA NATUREZA II

Como tudo é lindo, de se ver, sem a preocupação urbana…
e crescem flores, nos beirais das janelas, abrindo-se ao
azul do céu, e, ao calor estimulante do sol, que, reverdejando,
são alegria incontida, para nossos olhos cansados, de mal tratos,
que serão o pão-nosso, de cada dia, razão de nosso desvelo.

Caem algumas gotas, do róscido da madrugada, dos estores,
dados ao calor do sol, que tudo ordena e traz vida à vida…
e ponho-me a pensar, em como tudo seria bem mais simples,
se nos contentássemos, com aquilo, que, a mãe natureza, nos
oferece, sem pedir nunca nada em troca, senão que a respeitemos.

Ofereço meu olhar, ao teu corpo, ainda adormecido, apenas com
um transparente lençol, cobrindo a beleza de todo o teu corpo, e,
sorrio, por te imaginar sorrindo, em teus lábios melífluo…
de volta à janela, aberta ao mundo, reflicto, e, chego à conclusão,
que apenas nos falta, a tranquilidade silente, de um momento.

Afinal, e, apesar de sermos diversos, tudo que nos traga bem-estar,
é aceite de bom grado e todos percebem seu significado singular…
então, neste aparente contra-senso, não somos assim tão diferentes,
há sim uma luta lá fora, roubando sentimentos e discernimento,
e, onde antes havia rosas, hoje temos cardos e falta de iniciativa.

Já de sorriso nos lábios e nos olhos, que te põe lindo trejeito no
rosto, acordas finalmente, de teu sono merecido e perguntas-me
o que faço… respondo-te, que, da janela, vi as coisas mais lindas,
que nos é dado ver, chegando porém, à triste e desolante
conclusão… o mal do Homem está no seu egoísmo e prepotência.

Parecendo perceber-me, partem os pássaros, em debandada…
o jardim esmorece, e, as flores, fecham-se totalmente em concha…
e o sol, que ora reinava, escureceu, detrás dos montes, ao longe,
tão longe, que nossa vista mal alcança, e, desce uma tristeza repentina…
já na rua, as pessoas passam desconfiadas, e, o ciclo, não tem fim.

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