sábado, 30 de agosto de 2008

O choro da árvore

Preguiçosa gota que se desmancha,

no lamber dos finos riscos da folha,

procura a terra, desenha a mancha,

desce, ensopa a raiz de sua escolha.

Outras tantas, lá no alto, na espreita

do beijo molhado que lhes umedeça,

rogam por um pingo que, desta feita,

a elas permita trunfo: `árvore cresça!

Da planta, eixo que abaixo se estende,

na surdina, generosas dádivas clama ;

e venham suprir o que se faz urgente!




Folha primeira, no orgulho se inflama,

se remete à vaidade; lhe incham pontas.

Os veios explodem no ressequir dos talos,

rugas surgem no encolher, em montas!

Pejo! Tomba inerte. Outras em abalos!

Os galhos já soluçam! Escoar de seivas...

Finas estrias apontam dos verdes as rajas

Balançam frutos, no constatar das eivas.

Sem comentários: