Cultivada com amor assim cresci;
enfeitei-me mais em flores
do que por espinhos me feri...
Muitos erros e acertos
serviram-me de enxertos,
para em vários tons florescer...
Mesclo realidade e sonho,
mas na hora de a alma revolver,
deixo-me sempre arejar
pelos nutrientes que a emoção me dá.
Se algum mau vento
tenta me vergar,
retraio as pétalas, fecho-me em botão
e espero da brisa a sedução...
Então, novamente, desabrocho,
com caule firme e mais enraizada,
até que a fria madrugada
venha definitivamente me secar...
Dos amores plantados, um gerou semente,
mas o querer não vingou em frente...
E o fruto nascido, que é por mim querido,
fez o meu canteiro ser mais colorido...
Outro amor depois brotou,
trouxe o brilho das manhãs,
o cuidado como talismã,
o orvalho que me serenou,
o calor do sol que em cores fulgurantes
faz-me florir e seguir adiante...
Por este solo rico, que é tão meu,
dou graças a Deus!
Dou graças por ser regada
com mais sorrisos do que prantos,
dou graças pelo jardim da vida
que me perfuma tanto!...
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