sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Graças!

Cultivada com amor assim cresci;

enfeitei-me mais em flores

do que por espinhos me feri...

Muitos erros e acertos

serviram-me de enxertos,

para em vários tons florescer...

Mesclo realidade e sonho,

mas na hora de a alma revolver,

deixo-me sempre arejar

pelos nutrientes que a emoção me dá.

Se algum mau vento

tenta me vergar,

retraio as pétalas, fecho-me em botão

e espero da brisa a sedução...

Então, novamente, desabrocho,

com caule firme e mais enraizada,

até que a fria madrugada

venha definitivamente me secar...

Dos amores plantados, um gerou semente,

mas o querer não vingou em frente...

E o fruto nascido, que é por mim querido,

fez o meu canteiro ser mais colorido...

Outro amor depois brotou,

trouxe o brilho das manhãs,

o cuidado como talismã,

o orvalho que me serenou,

o calor do sol que em cores fulgurantes

faz-me florir e seguir adiante...

Por este solo rico, que é tão meu,

dou graças a Deus!

Dou graças por ser regada

com mais sorrisos do que prantos,

dou graças pelo jardim da vida

que me perfuma tanto!...

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