sábado, 30 de agosto de 2008

Já não me lembro

Meus caminhos estão gastos,
separei algumas trilhas apenas,
cerquei-me de vestes coloridas...
Até que... Já não me lembro.


Quero hoje escrever versos desgraçados,
fincar meu lápis no papel como se o ferisse,
trancarei depois minhas letras em um baú.
Até que... Já não me lembro.


Por que quebrar os ponteiros do relógio?
Preciso desta hora, sim, agora a hora,
talvez veja além deste meu tempo maluco,
na verdade enxergo tudo, menos minha vida.


Quero meus perigos de volta, todos, eles e elas,
tenho saudade do meu abismo,
das loucuras não, aqui estão todas comigo,
voltarei quando o céu for apenas céu.


Sobre meus caminhos? Continuam gastos.
Quebrarei as cercas, cobrirei minha nudez,
vestirei-me de vida, apenas vida e um poema...
Até que... Já não me lembro.

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