sábado, 30 de agosto de 2008

De pé

Em pé, no leito, mostram-lhe a vida,
de pé no chão, arrastam pequenas dores,
de pé em pé caminha lentamente para fora do quarto;
em pé é transeunte de tua saudade.


Caminha teus novos caminhos novos,
volta a reconhecer velhos rastros na terra batida,
pisando a cada passo a tua infelicidade,
até que o sol aponte no dedão do pé.


O brilho sobe pelas pernas até o joelho,
lembrando-te das promessas, das últimas, de todas...
o calor aquece acima, um pouco além dos genitais,
lembrando-te da mulher amada, voltam a ti os desejos.


Vai sol corpo acima, vai sol, queima a carne fria,
brilhe, faz fixar luz no peito gelado de saudade,
vai sol, aquece este coração não tão vazio,
enquanto teus pés lhe põem de volta a caminhar.


Num repente, nos olhos brilham a luz dourada da vida,
os reflexos fluem rápido como sangue em uma veia vazia,
a luz volta, a luz deseja luz,
de pé, volta a caminhar apenas amor.

Sem comentários: