sexta-feira, 24 de agosto de 2007

O POUCO QUE EU SEI

Sei dos caminhos que nos levam à loucura

e das trilhas, abismos, armadilhas.

Sei do sangue coagulado sobre a ferida

e da dor na cicatriz quando mexida.

Sei do inverno no silêncio do meu quarto,

e das lágrimas, quase sempre não disfarço!

Sei das ruas, vielas, esquinas desertas,

insônia insistente, madrugadas incertas.

Sei do amigo que se recusa ao abraço,

chuva ácida poluindo o riacho.

Sei dos esboços, dos rascunhos, dos sonhos,

projetos engavetados, lado esquerdo, tristonhos.

Sei do livro de contos inacabado,

faz tempo não pego, tenho medo do estrago!

Sei que o tempo tece teias estranhas,

corpo cansado, presa indefesa da aranha!

Sei que amanhã vou acordar setembro,

se me lembro: primavera, flores, temperatura amena!

Sei que no final deste caminho, existe um outro.

Sei da pedra, do limo, das raízes e da solidão.

Sem comentários: