A paixão é pensamento viajante dos meus dias,
como cores que se multiplicam no pôr-do-sol,
voltando a ser apenas noite,
escurece quando a porta se fecha após o beijo.
Não construo muros à volta de meus sonhos,
a realidade não se mede por distâncias,
toquei meu hoje, provoquei o desejo,
rodei no ar as estrelas do meu céu e fiz acontecer.
A ilusão é meu pedaço de caminho aberto,
aprendi a desenhar nas sombras dos amanhãs,
encontrar trilhas em corpos que não falam,
na verdade todos debaixo do sol só querem amar.
Ontem temia a solidão, hoje temo o amanhã,
quando não tiver nada a temer,
serei apenas um nome numa pedra fincada
em um lugar vazio de vida e fraco de amor.
Escolhi expor minha alma em uma vitrine de vidro,
espalhei os meus desejos em uma cama larga,
ofereci meu ombro para um breve descanso,
sorrio, mesmo quando a alegria demora um instante.
Hoje existe, como a realidade do meu amor,
o ontem evaporou junto com o vazio do corpo,
tenho liberdade para meus desejos de homem,
enquanto viver, enquanto ela me fizer sonhar.
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