quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Desilusão

Não quero gritar o amor que sinto,

vou ficar aqui onde me deixou um dia,

em meio a noite úmida,

nos caminhos que não sei aonde vão,

nem ao menos sei por onde procurá-la.





Como confiar nas palavras d'outra mulher,

se mais este dia sinto-me abandonado ,

as vidraças continuam embaçadas do calor,

a porta continua entreaberta

por onde o amor passou escondido.





Não marquei os caminhos por onde foi,

deixa seu corpo seguir os desejos,

quero um dia reencontrá-la por aí,

em um hotel, em uma rua qualquer,

vou gritar como antes, meu amor é meu.





Meu desejo não é perder as lembranças,

é viajar pelos continentes mais longínquos,

desenhar nas mesas dos bares sua imagem,

riscar no mundo inteiro seus traços,

assim continuo, apaixonado e dela.





Não, não me salvem deste amor-amante,

deixem que eu vá carregando as lembranças

daquela mulher que ainda é amor,

voltarei quando o vento me trouxer noticias

ou não me procurem mais, deixem-me esquecido.

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