quinta-feira, 30 de agosto de 2007

AMARGANDO DECEPÇÕES

Não somos poucos os que nos tornamos pessoas amargas, indiferentes ou frias,
por causa de decepções que afirmamos ter sofrido aqui ou ali, envolvendo
outras pessoas.
A decepção foi com o amigo a quem recorremos num momento de necessidade e não encontramos o apoio esperado. Foi com o companheiro de trabalho que nos constituía modelo, parecia perfeito e o surpreendemos em um deslize.
Tais decepções devem nos remeter a exames melhores das situações.
Decepcionarmo-nos com pessoas que estão no Mundo, sofrendo as nossas mesmas carências e tormentos não é muito real.
Primeiro, porque elas não nos pediram para assinar contrato ou compromissos
de infalibilidade para conosco. Segundo, porque o simples fato de elas
transitarem na Terra, ao nosso lado, é o suficiente para que não as
coloquemos em lugares de especial destaque, pois todas têm seu ponto frágil
e até mesmo seus pontos sombrios.
A nossa decepção, em realidade, é conosco mesmo, pois que nos equivocamos em nossa avaliação, por precipitação ou por análise superficial.
Não menos errada a decepção que afirmamos ter com a própria religião, com a
doutrina de fé cristã que está a espalhar, em toda parte, os ensinamentos
deixados por Jesus Cristo para os seres de boa vontade.
O que acontece é que costumamos confundir as doutrinas que ensinam o bem, o
nobre, o bom com os doutrinadores que, embora falem das virtudes que devemos perseguir, conduzem as próprias existências em oposição ao que pregam.
Como vemos, a decepção não é com as mensagens da Boa Nova, mas exatamente com os que conduzem a mensagem. Nesse ponto não nos esqueçamos de fazer o que ensinou Jesus: comparar os frutos com as qualidades das árvores donde eles procedem, de modo a não nos deixarmos iludir.
Avaliemos, desta forma, as nossas queixas contra pessoas e situações e
veremos que temos sido os grandes responsáveis pelas desilusões do caminho.
Nós mesmos é que criamos as ondas que nos decepcionam e magoam.
Cabe-nos amadurecer gradualmente nos estudos e na prática do bem, aprendendo a examinar cada coisa, cada situação, analisar a nós mesmos com atenção, a fim de crescermos para a grande luz, sem nos decepcionarmos com nada ou com ninguém.
Precisamos aprender a compreender cada indivíduo no nível em que se situa,
não exigindo dele mais do que possa dar e apresentar, exatamente como não
podemos pedir à roseira que produza violetas, que não tenha espinhos e que
não despetale suas flores na violência dos ventos.
*

Para que avancemos em nossa caminhada evolutiva, imponhamo-nos uma conduta de maturidade, de indulgência e de benevolência para com os demais.
Disponhamo-nos a brilhar, sob a proteção de Deus, avançando sempre, não nos
detendo na retaguarda a examinar mágoas e depressões, que se apresentam na
estrada como pedras e obstáculos, calhaus e detritos.

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