A solidão não é a noite,
o nu não é estar sem roupa,
estradas são caminho de ir,
ruas são partes do corpo que passeio
afogando minha inocência adulta,
abrindo risos em bocas esfomeadas,
colorindo o dia a dia que cansa
e morre na cama da tarde.
Leva de mim o que quero de ti,
as mãos que acariciam quando triste,
os braços que enrolam teu corpo,
a esperança que agasalha o sonho,
a luz que irradia brilhos no cinza,
o silêncio equilibrando a palavra,
o carinho que guarda no canto da alma,
a voz que cala quando oferece a vida.
Quero teus caminhos mais secretos,
o ir e vir da tua alma,
a desculpa em qualquer tempo,
o não separando o perdão do sim,
o gosto da pele exalando tesão,
os movimentos orquestrados de prazer
fazendo as pernas laçar meu corpo
até guardar meu membro dentro de ti.
Tudo isso que levamos de nós,
é o prazer de ter o amor de amar,
completar cada detalhe do outro,
fazer do simples um presente encantado,
crer e confiar em cada gesto, cada frase,
ser a santa e a vadia, cada um na sua hora,
com o poder de dar e receber a vida,
por momentos ou pelo amor afora.
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