quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Viajante

Viajo um pedaço de mar outro de terra,
contei grãos de areia em uma noite deserta,
busquei fragmentos de outras vidas,
não consegui nada além de insonia,
meus caminhos se confudem nas esquinas.

O sonho passou pelo meu prazer,
nada deixo além de um desejo imenso,
dividiu minhas orações em partes pequenas,
como as dores que espalham pela solidão,
escapa uma e outra lágrima, não de choro.

Não tenho partes iguais de amor e sonho,
quero a mulher que amo, não igual estrela,
preciso tocá-la em cada parte do corpo,
desenhar alguma paixão, não só um querer,
fazer amor além da carne, além do sexo.

Se um dia seu amor passar do meu,
voltarei as estrelas, ao meu céu solitário,
diminuirei as alturas dos desejos,
apagarei as sombras e meus rastros,
de qualquer corpo, de qualquer lembrança.

Volto a caminhar como sempre fui,
tenho amor suficiente para dois,
mistérios inventamos, prazeres buscamos,
como a terra encosta no seu pedaço de céu,
seremos astros do nosso próprio destino.

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