sexta-feira, 23 de outubro de 2009

DESCONFIANÇA

Estar em paz não pode ser nunca estar bem enquanto
outro alguém sofre como mais ninguém.
Estar Zen é estarmos em paz connosco e com quem
dividiu nossas dúvidas, alegrias e tristezas.
Quem escutou nossos medos se não está em paz então
eu nunca o poderei estar.

É-me impossível passar por cima de um amor que
ainda me é muito querido, num misto de pouco caso
ou de indiferença, que não sendo propositado, magoa
com mesma força de um silêncio sinistro.

Brincar é bom, saudável, mas se pelo meio das
agruras o riso continua, isso para mim é somente
inquietude do interveniente, como se este tivesse
arranjado uma qualquer poção mágica, fazendo-o
esquecer-se de tudo o que aprendeu e doou em
tempos como em tudo o que é de valor e deve ser
mimado, como em braços de mãe.

Como do amor nasce o ódio a esta pessoa? Só o gesto pueril
terá um dia seu círculo fechado, e sozinha se há-de
encontrar com toda a sua incúria e o não saber o que teve
em mãos, fará entre espinhos amargurar.

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