Bebo a noite em goles lentos,
a fonte de sonhos não mais existe.
Guardo lembranças, já não penso
que o amor a tudo resiste!
Traduzo o segredo da distância
e entendo a alma em olhar soturno,
o tempo é composto de inconstâncias
e às vezes, vagueia meio taciturno.
Ao fechar os portais do sentimento
o corpo já não mais é fronteira livre,
perde-se a essência única do momento
num véu denso de poeira...
E tudo parece eterno adormecer
num vazio alimentando melancolia,
até que, aos olhos vêm enternecer,
a poesia pura dum sábio alvorecer!
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