quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Travessia

Bebo a noite em goles lentos,

a fonte de sonhos não mais existe.

Guardo lembranças, já não penso

que o amor a tudo resiste!



Traduzo o segredo da distância

e entendo a alma em olhar soturno,

o tempo é composto de inconstâncias

e às vezes, vagueia meio taciturno.



Ao fechar os portais do sentimento

o corpo já não mais é fronteira livre,

perde-se a essência única do momento

num véu denso de poeira...



E tudo parece eterno adormecer

num vazio alimentando melancolia,

até que, aos olhos vêm enternecer,

a poesia pura dum sábio alvorecer!

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