terça-feira, 18 de novembro de 2008

A NOSSA DANÇA

Quando te vi, na ribalta, das luzes,
tímido deixei escapar um sorriso,
que percorreu toda a sala, na vã
tentativa, de vir a depositar-se, na
beleza de teus olhos, cor de mel.

Notando, que havias reparado em
mim, em silêncio pedi, em nada haver
ter-te ofendido, quando ousei fixar
teus olhos nos meus, libertando assim,
as asas de teu olhar e o meu fascínio.

Tomando o medo, que me assaltava,
enfrentei multidão e o desconhecido,
e, percorrendo o salão, dirigi-me a ti,
apresentando-me, em sagrado espaço,
e, tremendo, ousei pedir-te pra dançar.

Fremi de alegria, quando me disseste,
majestáticamente, que sim, que terias
todo o prazer, em dançar comigo, pois
que te parecera uma pessoa correcta,
e, dando-te o braço, fomos até à pista.

Lembro-me de teu cheiro até aos dias
de hoje, de como caminhavas suave e
sem pressas, senhora de si, comoção
dando vez, a meus tilintantes passos,
que ia disfarçando, acompanhando-te.

Não podia desiludir-te, ao fim deste
tempo todo, assim fui-me libertando, e,
tomando para mim, toda a tua graça,
depressa invadimos a sala, numa dança,
a ninguém indiferente, e, eu, fui feliz.

Até que tive de partir, deixando este
belo sonho, por momentos. E apenas
um pedido te fiz, que jamais olvidasses,
meus olhos nos teus, pois, meu amor,
nessa noite, fomos um do outro.

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