Em uma noite de lua cheia
enterrei meus sonhos,
entreguei sem reservas as estrelas,
a dor que machuca meu coração.
Queria que essa dor fosse
como as nuvens
correndo sempre em outra direção.
Mas ela vive aqui,onde foi
plantada a semente
deixando por onde passo
rastros e lágrimas orvalhadas
pelo chão.
Sublimei você em cada verso
queria que você fosse minha
poesia, minha prosa....
queria no entreabrir silencioso das lindas manhãs
poder no seu aconchego
apoiar meus lamentos,
minhas tristezas,minhas alegrias...
Torná-lo a razão suprema
do meu viver,
serena alvura dos meus sonhos
mas ao invés de ternura
encontrei o desalento
o desinteresse...esmoreci.
Vejo o sol cada dia mais
distante,nascendo no oriente
levando para longe meus devaneios,
sinto frio,caminho em sentido
contrário, e constato tristemente
que cada vez mais meus sonhos
desaparecem no poente.
Talvez, eu não os tenha alimentado bem,
tenha deixado que fosse embora
com os ventos,
que tenha se perdido a harmonia,talvez!
Não foram fortes o suficiente
para superar os desafios
existentes.
Enterrei meus sonhos...
mas não enterrei a vontade de viver, porque tenho a
grande ousadia dos persistentes
e em outros jardins,
começarei calmamente a
plantar e regar novas sementes.
Para flores novas nascerem
a cada amanhecer
perfumando a minha existência.
Fazendo-me sentir o prazer
de ouvir meu coração bater
cada dia mais forte
bem persistente
compassadamente.
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