segunda-feira, 26 de maio de 2008

PARTIDA!..

Ah! tarde aquela...



a ver-te fugir de mim,



ao encontro da sedução...



momento de dor profunda,



agonia da alma,



a qual a lágrima se fez companheira



dos dias e noites



por virem à espera de tua volta...



Em teu retorno,



a luta de desejar acreditar



que tudo era só mais uma aventura;



mas não: era o feitiço da sedução,



levando o amor à derrota.



Se destes momentos de dor



me fiz senhor



a suplantar a própria morte;



se o cansaço da solidão



me fez gêmeo de minha alma;



se os delírios a sentir-te,



mesmo sem tê-la,



me fez tolo amante da crença do amanhã...



Se, no hoje, vivo à espera do impossível,



o tempo se fez senhor da correção de minhas falhas,



transformando-me em mero leigo aprendiz de amor,



apresentando-me novo anjo,



para acalentar meu ser...



Tua distância, frigidez,



o modo carrasco a tratar-me,



dilacerou-me,



mas ao mesmo instante,



que me tomou o sorriso,



fazia-me acreditar



em forças como a crença, amizade;



gestos pequenos de carinho,



emanados, às vezes, da própria natureza,



através dos pássaros,



da chuva, do sol e da lua,



sentindo-me filho de alguém,



pronto a socorrer-me das feridas,



que me causaste...



Nesta tua partida,



se foi muito de mim,



mas não o todo;



se me retirastes o sorriso,



me deste o aprendizado;



me retirastes a mão amiga,



me deste oportunidade



de conhecer outras mãos...



Se tentaste sepultar o amor,



falhaste: és, agora, derrotada



e, entre as cinzas desta louca paixão,



renovo-me e volto a estar ao lado do sol,



da lua e das estrelas;



do sol que me foi a luz,



mesmo em dias de trevas;



da lua que me foi mestra de romantismo



e das estrelas a fazer-me ver



que havia esperança;



que meu mundo imaginário,



feito de uma só estrela,



que era você,



estava errado,



pois lá existiam outras



à minha espera...



Ah! esta tua partida,



quanto levou de mim...



mas quanto mesmo



que, através da dor mais profunda,



devolveu-me...

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