segunda-feira, 26 de maio de 2008

DÁDIVA DA VIDA

Permita, Deus, que ao recordar meu semelhante,
Eu sempre lembre um tempo bom do seu amor
E que esse amor que ele despreza, num instante
Repouse em mim com minha paz de sonhador.

Que todo o tempo que foi bom sempre permita
Que eu perdoe quem me fere o coração,
E que o amor fraterno traga a paz bendita
Que ele perdeu quando escolheu a solidão.

Permita, Deus, que eu nunca sinta essa arrogância,
Fruto da ânsia que nos torna desiguais
E que o amor nunca repouse na inconstância
Que sempre rouba, do silêncio, a nossa paz.

Permita, Deus, que essa tristeza que me invade,
Quando um irmão despreza cada sentimento
Que eu dediquei... que ela se perca na saudade
Do tempo bom que construiu cada momento.

Permita Deus, que o meu irmão sempre me veja
Como alguém que só deseja ser feliz
Com poucas coisas... e que o sonho que ele almeja
Sempre o proteja dessa dor que eu nunca quis.

Permita, Deus, a cada irmão que me perder,
Que ele não sofra essa saudade dolorida
Que a gente sente quando o vê o irmão morrer
E, sem querer, perde uma dádiva da vida.

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