sexta-feira, 30 de maio de 2008

Vida que se esvai

O tempo jaz
em silêncio
avoluma-se e pesa
adensa-se na guerra
queima-me o peito
como pedras de lava
fervente
em surdos rumores
e peleja
pelo despertar
de muitas primaveras
pela íris verde dos campos
nas faíscas de luz
das águas prateadas
de um ribeiro que corre
livre nas minhas veias

Faço-me esfera
progressiva
bola de neve
órbita alargada
montanha
pelo mar banhada
que meus sonhos são de paz
entre princípio e fim
e de amor
esse que é capaz
E corrói-me o sofrimento
da minha e nossa alma terra
moribunda que erra
em cada vida que cai
nas vidas sem vida
da vida que se esvai

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