Imagino que não exista pessoa que nunca tenha ouvido falar do CVV - Centro de Valorização da Vida.
Talvez não saibam exatamente como funciona a coisa toda. Talvez não façam idéia da abnegação de seus atendentes, nem tampouco entendam as razões que os levam para desempenhar tais funções.
É preciso, acima de tudo, que sejam pessoas dotadas de uma vocação espiritual muito grande, pois estarão lidando com problemas de todas as espécies... Estarão lidando com o desespero de pessoas que, não tendo mais com quem falar, a quem se dirigir, recorrem a esses abnegados, que estarão do outro lado da linha, procurando levar um pouco de luz, um pouco de esperança a almas que já quase desistiram de viver.
Então, é claro que não se pode pensar que se trata de um simples emprego de tele-marketing... Aliás, não deixa de sê-lo, há que se notar apenas, que o artigo em venda é simplesmente a vida de alguém. O slogan da CVV, é muito sugestivo, vejam:
"SE VOCÊ ACREDITA NA VIDA, SEJA UM VOLUNTÁRIO DO CVV, LÁ VOCÊ ENCONTRARÁ PESSOAS QUE TEM MAIS MEDO DA VIDA DO QUE DA MORTE ."
Esse é o caso, e é isso o que espera um voluntário da CVV, ou seja, pessoas que, por terem chegado até o fim de sua resistência, muitas vezes preferem morrer... E só procuram a CVV pelo natural instinto de sobrevivência, que todos temos arraigado no mais recôndito canto de nossa alma, e que estão muitas vezes já completamente descrentes de tudo. Ligam, nem mesmo sabem porque.
E nesses casos, é importantíssimo que o atendente tenha o tirocínio necessário para fazer o consulente falar o mais possível, para tentar extrair o máximo, que possa permitir um eventual diálogo, naquela desesperada tentativa de salvar uma vida a mais...
Ainda há que se considerar que não poderá se envolver demais com quem está do outro lado da linha., terá que saber manter o controle da situação. É preciso, realmente, uma vocação especial. Não é para qualquer um. É uma missão.
É vital, portanto, que o voluntário "ceveviano" esteja psicológica e espiritualmente pronto para ouvir situações as mais estapafúrdias possíveis. Existem pessoas com dramas reais, e que, por já terem desistido de encontrar uma solução, apelam para eles como a última luz de esperança, como também existem outros, que apenas querem fazer um desabafo. Seja por um amor perdido, seja por brigou com a família, seja porque mudou de cidade e não conhece ninguém, seja apenas porque está triste e quer "colinho".
Seja qual for o caso, o atendimento deverá ser feito da maneira mais profissionalmente amadora possível.
Profissionalmente, porque não poderá "comprar" o problema que lhe for apresentado, e amadora, porque deverá dispensar uma certa dose de carinho, e sensibilidade, para conseguir manter quem está do outro lado falando, desabafando tudo que tiver para dizer. Muitas vezes, apenas no desabafar, pessoas se acalmam e readquirem o equilíbrio.
Parece coisa de louco? E quem falou que eles (elas) não o são? Para fazer esse atendimento, crianças, tem que ser uma alma privilegiada., isso é coisa que não é para qualquer mortal.
Quem não tem um drama pessoal, um problema íntimo? Quando um voluntário diz:
CVV, boa noite, e se apresenta (geralmente nunca usam o próprio nome), deve esquecer tudo que lhe aflige, e apenas se dedicar a ouvir o que lhe for dito, com a maior atenção e carinho, pois poderá estar lidando com a tênue linha que segura uma vida...
Quero prestar esta singela homenagem a esses heróis anônimos, pois um deles impediu que um amigo puxasse o gatilho do revólver que já estava encostado em seu ouvido.
Heróis "cevevianos" meu beijo em seus corações.
A eles e a todos os queridos amigos, desejo UM LINDO DIA.
1 comentário:
Gostaria de entrar em contato com o autor (a) deste blog, para lhe oferecer informações mais atualizadas sobre o CVV. Para isto, coloco 2 e-mails a disposição: central@cvv.org.br e noroestepualista@cvv.org.br.
Obrigada
Adriana
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