segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

AI DAS PALAVRAS

Ai ,das palavras!
que ferem
como espadas afiadas
e dor.
Ai das palavras
proferidas
Ditas para ouvidos surdos
na calada da noite
Ou então aquelas ditas
diante dos olhos frios
das úmidas madrugadas.

Ai dos gritos !
que não foram ouvidos
Que se perderam no tempo
na garganta dos inocentes
Gritos nascidos
da solidão das noites

Ai dos suspiros !
que nascem dos amantes
Num poema,
os poemas nascem e morrem
E ressuscitam em outros poemas
E ficam para sempre na memória
Daqueles que amam...

Ai dos lamentos...!
Que rasgam a alma
aparência surgida entre nadas
De tantos outros corpos
Sempre cor e forma e ferida
Sempre nessa pedra dura e escura
que se chama palavra

Verso cantado que é
a larga solidão dos sentidos
no corpo entreaberto ao amor...

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