quarta-feira, 22 de agosto de 2007

TU TE FOSTE

E tu te foste,
do jeitinho que disseste que irias,
sem aviso prévio, sem grandes alardes.
Prometeste que eu não sofreria
mas não disseste que eu não saberia.

Foste assim
como quem deixa tudo de si, aqui,
como quem não perdeu o tom
ao cantar a nossa canção
e como se não houvesse aplausos
quando as cortinas se fechassem.

Levou contigo
o pedaço mais bonito de mim,
aquele onde residem
os sentimentos mais puros,
onde nascem os sonhos mais belos
e onde a esperança se deita
no berço da fé.

Tu te foste
sem mesmo dizer adeus
ou, quem sabe, até o dia
em que nossas promessas
pudessem ser cumpridas
e nosso sonho de amor
fosse aplaudido
com um final feliz.

Tu te foste
enquanto eu ainda
sonhava com teu abraço,
enquanto havia sorrisos
nesta alma sonhadora,
enquanto o horizonte
ainda recebia o beijo do sol
e a chuva, tamborilando
nos vidros da minha janela,
ainda falava de vida.

Tu te foste assim,
como se nada mudasse
sem a tua presença,
como se ainda fosse verão
e os violinos tocassem
a mesma melodia
que nos fez tão felizes,
um dia...

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