quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Farrapo Humano

Criatura de corpo atormentado

Que te fundes no leito da rua,

Teu sofrido espírito dilacerado

Tem apenas a proteção da lua!





Desiludido da vida e esquecido

Na penumbra alada, ser abstrato,

Amante da bebida de sabor perdido,

De lembranças vivas do anonimato!







Amas a profana garrafa que levas

Nos braços, do futuro em acolhida.

Vives neste sujo mundo das trevas

Que te tira o futuro nesta vida.







Desceste ao insano poço profundo

Farrapo humano iluminado pela lua!

Sem ódios nem amores deste mundo,

Repousa nos excrementos da rua,

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