Criatura de corpo atormentado
Que te fundes no leito da rua,
Teu sofrido espírito dilacerado
Tem apenas a proteção da lua!
Desiludido da vida e esquecido
Na penumbra alada, ser abstrato,
Amante da bebida de sabor perdido,
De lembranças vivas do anonimato!
Amas a profana garrafa que levas
Nos braços, do futuro em acolhida.
Vives neste sujo mundo das trevas
Que te tira o futuro nesta vida.
Desceste ao insano poço profundo
Farrapo humano iluminado pela lua!
Sem ódios nem amores deste mundo,
Repousa nos excrementos da rua,
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